A agricultura regenerativa é mais do que uma tendência; é uma verdadeira transformação no modo de produzir. Quem defende essa ideia é Marina Menin, engenheira agrônoma formada pela Universidade Estadual de Maringá, com MBE em Gestão Empresarial pela FGV. Natural de Mamborê, no interior do Paraná, Marina carrega no sangue a tradição da família rural e hoje soma mais de 10 anos de experiência no agro, sendo uma voz ativa na defesa de práticas sustentáveis.
Apaixonada por viagens, trilhas e mergulho, ela acredita que aprender é o que move sua vida e que o produtor rural brasileiro tem nas mãos uma enorme oportunidade de unir rentabilidade com preservação, especialmente com o avanço da pauta ambiental em eventos como a COP 30.
“A agricultura regenerativa é uma mudança de mentalidade. Ela não é apenas um conceito teórico, é a forma de restaurar o ecossistema e produzir de maneira mais resiliente e sustentável”, destaca Marina.
O que é, na prática, a agricultura regenerativa?
Quando se fala em agricultura regenerativa, é fundamental entender que ela vai muito além de adotar práticas isoladas. Trata-se de uma transformação no olhar sobre a produção rural, com foco na regeneração dos recursos naturais.
Na prática, a agricultura regenerativa inclui:
- Conservação e melhoria da saúde do solo;
- Aumento da biodiversidade;
- Uso de práticas como plantio direto de qualidade;
- Uso de bioinsumos e defensivos biológicos;
- Cobertura permanente do solo;
- Manejo correto da água e recuperação de nascentes;
- Equilíbrio dos ciclos naturais dentro da propriedade.
Essa abordagem busca não apenas manter a produtividade, mas também fortalecer a resiliência da lavoura diante dos desafios climáticos e garantir que o solo continue fértil e produtivo por décadas.
“A partir do momento em que eu aplico essas práticas, eu torno meu sistema muito mais preparado e resiliente para enfrentar os desafios. Isso tem impacto direto na produtividade, na rentabilidade e na sustentabilidade”, explica Marina.
Desafios e oportunidades da agricultura regenerativa no Brasil
O Brasil já se destaca mundialmente pela adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis do que muitos países desenvolvidos. Entretanto, para que a agricultura regenerativa se torne uma realidade em larga escala, ainda há desafios a serem superados.
Desafios:
- Comunicação: Tornar o conceito acessível e de fácil compreensão para todos os produtores, desde os pequenos até os grandes.
- Desmistificação: Mostrar que não é uma escolha ou um modismo, mas sim uma necessidade e uma vantagem competitiva.
- Financiamento: É necessário que os benefícios financeiros, como os créditos de carbono, cheguem de fato ao produtor.
- Capacitação: Formação de técnicos e produtores para aplicação correta das práticas regenerativas.
Oportunidades:
- Mercado de Créditos de Carbono: As práticas regenerativas podem gerar créditos de carbono, que são comercializados, trazendo uma nova fonte de renda.
- Valorização no Mercado Internacional: O mundo busca alimentos produzidos de forma sustentável. O produtor que adota a agricultura regenerativa sai na frente.
- Sustentabilidade da Propriedade: Solo mais fértil, menor dependência de insumos químicos e maior resiliência climática.
- Reconhecimento: O agro brasileiro se fortalece como exemplo de sustentabilidade, especialmente com os debates globais na COP 30.
Benefícios reais da agricultura regenerativa
Os benefícios da agricultura regenerativa são percebidos tanto no campo quanto no mercado. Entre os principais ganhos estão:
- Melhoria da qualidade do solo: Aumenta a fertilidade e reduz erosões.
- Redução de custos: Menor dependência de fertilizantes e defensivos químicos.
- Aumento da produtividade: Sistemas equilibrados geram lavouras mais produtivas e resilientes.
- Geração de receita extra: Através da venda de créditos de carbono.
- Cumprimento das exigências de sustentabilidade: Cada vez mais valorizadas no mercado externo.
- Preservação dos recursos naturais: Conservação da água, fauna e flora.
“O produtor precisa entender que a agricultura regenerativa não é uma opção. É um caminho sem volta que traz, sim, retorno econômico e mais competitividade no mercado”, reforça Marina.
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