A certificação no agro tem sido uma ferramenta de transformação para propriedades rurais que buscam não apenas produtividade, mas também responsabilidade social, ambiental e econômica. Esse é o caminho que Marian Wolters, produtora rural de Itararé (SP), escolheu trilhar.
Marian é formada em Comércio Exterior, com MBA em Marketing, Gestão de Pessoas e Processos, e representa a terceira geração de uma família de imigrantes holandeses que ajudaram a construir parte da história do agro brasileiro. Hoje, lidera uma granja suína sustentável, com certificações reconhecidas, e atua voluntariamente na educação, levando conhecimento do campo para a cidade.
Apaixonada por viagens, música e atividades ao ar livre, Marian se considera uma mulher protagonista no agro. “Transformar desafios em impacto real, tanto na produção quanto na formação de pessoas, é o que me move todos os dias”, destaca.
Certificação no agro: do desafio à transformação na suinocultura
O caminho de Marian até assumir a gestão da propriedade da família não foi direto. Após atuar na área de comércio exterior, ela percebeu que sua verdadeira vocação estava no campo. Buscando se qualificar, fez um intercâmbio na Austrália para aprender mais sobre suinocultura.
“Foi uma experiência muito rica. O produtor que trabalhei lá me ensinou algo que levo para a vida: ‘O suíno não fala, mas ele fala’. Ele me mostrou como observar o animal, entender o ambiente e tomar decisões mais assertivas”, conta.
Essa vivência internacional trouxe práticas que ela aplicou na propriedade no Brasil, como a automação da alimentação, a organização dos processos e a preocupação constante com o bem-estar animal.
Mas foi a busca pela certificação no agro que realmente mudou o patamar do negócio. A conquista do Selo Suíno Paulista em 2009 e da RTRS (Round Table on Responsible Soy) em 2022 não apenas agregaram valor ao produto, como também profissionalizaram toda a operação.
Marian explica que o processo de certificação exige que o produtor organize aquilo que muitas vezes fica em segundo plano na correria do dia a dia, como:
- Implantação de POPs (Procedimentos Operacionais Padrão)
- Gestão correta de resíduos
- Estrutura adequada para refeitórios e bem-estar da equipe
- Livro de visitas e controle de processos
- Ações voltadas para o social e o meio ambiente
“Quando você busca uma certificação no agro, não dá mais para deixar nada para depois. Isso muda totalmente a forma como você enxerga sua propriedade”, afirma.
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Certificação no agro: impacto além da porteira
Mais do que atender às exigências de mercado, a certificação no agro fez Marian e sua família entenderem o impacto que sua atividade gera na sociedade.
“Você começa a olhar para fora da porteira e percebe que faz parte de uma cadeia que alimenta o mundo”, reflete.
Esse novo olhar trouxe também a responsabilidade de atuar na formação de futuros profissionais. Por meio de ações voluntárias, ela conecta campo e cidade, levando informações sobre o agro para escolas e universidades, quebrando paradigmas e aproximando o consumidor da realidade rural.
Além disso, a certificação fortalece a imagem da propriedade, gera vantagens competitivas e abre portas para mercados que valorizam práticas sustentáveis.
5 benefícios da certificação no agro segundo Marian Wolters:
- Organização dos processos internos
- Melhoria na gestão ambiental e de resíduos
- Valorização do produto no mercado
- Aumento da credibilidade com parceiros e clientes
- Fortalecimento da responsabilidade social e do bem-estar da equipe
Marian é um exemplo claro de como a certificação no agro não é apenas um selo, mas uma transformação completa na cultura de gestão da propriedade.
“O que fazemos não é brincadeira. A certificação no agro mostra que somos parte de algo muito maior, com impacto real na sociedade e no meio ambiente”, finaliza Marian.
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