FORÇA DE TRABALHO

4ª geração de mulheres no agro: o exemplo de Maressa Vilela

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), as mulheres representam cerca de 43% da força de trabalho agrícola

4ª geração de mulheres no agro: o exemplo de Maressa Vilela

O cenário da pecuária de corte no Brasil tem mostrado um impacto significativo nos últimos anos, refletindo uma tendência crescente de mulheres assumindo papéis de liderança em um campo tradicionalmente dominado por homens. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), as mulheres representam cerca de 43% da força de trabalho agrícola em países em desenvolvimento, e sua participação está associada a melhorias na eficiência e sustentabilidade das operações.

Empatia e sensibilidade feminina na gestão rural

Maressa Rezende Vilela Bitencourt faz parte dessa realidade. Nasceu em São Paulo e é a quarta geração de sua família ligada à terra e à produção de alimentos. Diretora do Grupo Cinco Estrelas e idealizadora do projeto de reflorestamento de teca no Mato Grosso, Maressa é também uma defensora da sustentabilidade e da agenda de carbono, com atuação em diversas entidades do agronegócio. 

A executiva do Agro acredita que “a vida é muito curta para ser pequena”, valoriza a união e a evolução contínua. Para ela, as mulheres trazem uma empatia maior à administração rural. “Por terem passado por dificuldades, elas estão mais abertas e preocupadas com o todo,” explica. 

Vilela destaca ainda que a gestão de uma fazenda envolve lidar com famílias e que as mulheres têm uma sensibilidade especial para essas questões. “A mulher tem uma preocupação maior com os desafios e a sustentabilidade da fazenda, disse.”

Sustentabilidade e inovação na pecuária

Maressa é uma pessoa muito focada na sustentabilidade, especialmente no que diz respeito aos créditos de carbono. Além disso, prioriza o bem-estar animal. “Na fazenda, a transformação foi evidente quando os vaqueiros mais respeitados passaram a ser os mais calmos e não os mais valentes. Hoje, o que chama a vaca sem grito é o mais respeitado,” observa.

Melhoramento genético e gestão de fazendas

Como gestora, sua responsabilidade recai sobre o direcionamento genético para reprodução e pela seleção. “Criar é diferente de selecionar. Selecionar envolve identificar os melhores indivíduos e melhorar a genética,” explica. Ela acredita na importância de fazendas multifuncionais, saindo da monocultura para aumentar a produtividade e a sustentabilidade. 

A fazenda Tiaia, que Maressa e seu irmão assumiram, é uma Unidade de Referência Tecnológica da Embrapa, onde estão sendo feitos vários experimentos com diferentes espécies para melhorar o solo e a produtividade.

Para a gestora, a resiliência é essencial no agronegócio. “Você vai passar por desafios e provas, mas precisa tentar de novo, errar e tentar novamente,” aconselha. Ela acredita que a determinação é crucial para inovar, liderar e alcançar a sustentabilidade. Maressa termina sua entrevista deixando uma mensagem de inspiração para outras mulheres no agronegócio: “A resiliência e a determinação devem estar presentes para você alcançar o sucesso e promover a inovação.”