A preparação do gado para a seca é um dos desafios mais importantes da pecuária, e quem domina essa estratégia tem melhores resultados na produtividade. A zootecnista Ana Virginia, especialista em nutrição e alimentação de ruminantes, traz orientações valiosas para atravessar esse período crítico sem perdas significativas no desempenho dos animais.
Planejamento antecipado: a chave para minimizar os impactos da seca
O primeiro passo para preparar o gado para a seca é o planejamento antecipado. Segundo Ana Virginia, essa organização deve começar pelo menos um ano antes:
“Todos os anos sabemos que a seca virá, então devemos estar prontos com antecedência para evitar problemas.”
Essa preparação inclui conhecer a propriedade em detalhes, analisando a disponibilidade de pastagens e a qualidade das forragens. O pecuarista precisa verificar as exigências nutricionais dos animais e planejar o uso de suplementos e volumosos. A tomada de decisão dependerá do objetivo estabelecido para atravessar esse período com o menor impacto possível.
Entre as principais opções de planejamento estão:
- Produção de silagem, necessitando investimento em infraestrutura e insumos.
- Diferimento de pastagens, reservando áreas específicas para o consumo durante a seca.
- Compra antecipada de insumos e suplementos para evitar preços elevados.
- Avaliação da taxa de lotação da propriedade, garantindo que os recursos sejam suficientes.
Alimentação adequada: como garantir que o gado não perca peso na seca
Com a seca instalada, a alimentação do gado se torna um fator crítico para evitar perdas de peso. De acordo com Ana Virginia, conhecer os animais é essencial:
“Cada faixa etária tem suas exigências nutricionais, e para garantir um bom desempenho, precisamos de dados precisos.”
O primeiro passo é avaliar a quantidade e a qualidade do volumoso disponível. Caso o pasto esteja seco, é fundamental oferecer suplementação proteica e, se necessário, proteico-energética. A inclusão de rações também pode ser uma estratégia viável para manter o desempenho animal.
Uma alternativa viável é a substituição de milho e soja, que são mais caros, por alimentos alternativos conforme a região. No Tocantins, por exemplo, o feno de feijão pode ser uma opção viável e mais acessível.
Monitoramento e ajustes: o segredo para uma pecuária eficiente
Durante o período de seca, o monitoramento contínuo do rebanho é essencial. A observação dos animais, avaliando sua condição corporal, comportamento alimentar e desempenho, permite ajustes na alimentação antes que perdas significativas ocorram.
Dentre as principais estratégias para manter um bom desempenho estão:
- Avaliação contínua do estado corporal dos animais.
- Uso de pesagens periódicas para medir o desempenho nutricional.
- Ajuste da suplementação conforme necessidade.
- Interação constante com colaboradores para monitoramento dos pastos e dos animais.
Caso o pecuarista não consiga armazenar volumosos, outra solução pode ser a adoção de capineiras, como cana-de-açúcar, que exigem uma infraestrutura para manejo diário.
A seca é um período desafiador, mas com planejamento adequado, uso de suplementação correta e monitoramento constante, é possível atravessá-la sem grandes impactos na produtividade.
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