Fertilidade de cavalos: tradição, ciência e protagonismo no campo
A fertilidade de cavalos é um tema que vem ganhando cada vez mais relevância dentro do agronegócio brasileiro, e a médica veterinária Cassia Orlandi é uma das grandes protagonistas dessa transformação. Natural de Monte Alto, no interior de São Paulo, Cassia carrega em seu DNA a herança do campo, herdada do bisavô italiano que chegou ao Brasil para trabalhar na lavoura. Apaixonada pelos cavalos desde a infância, ela atua desde os anos 1990 com ciência, tecnologia e inovação na reprodução animal — com foco especial nos equinos.
“Eu comecei basicamente durante a minha infância a amar os cavalos”, conta Cassia, que se especializou em reprodução equina durante residência e mestrado na State University em Columbus, nos Estados Unidos.
Para ela, o amor pelos cavalos nunca foi apenas emocional, mas técnico e científico. A fertilidade de cavalos é, muitas vezes, negligenciada em função de características estéticas, como pelagem ou marcha. Mas Cassia alerta que a produtividade no campo depende também da saúde reprodutiva desses animais.
Ciência por trás da fertilidade de cavalos: da coleta ao potrinho no campo
Segundo Cassia, a fertilidade de cavalos difere radicalmente da de bovinos. Enquanto a reprodução bovina é voltada para o rebanho como um todo, a dos equinos exige um olhar individual.
“O profissional que trabalha com cavalos precisa entender a individualidade do animal, seu comportamento e bem-estar”, afirma.
Hoje, apesar de muitos garanhões não apresentarem sêmen de qualidade ideal, a biotecnologia permite o melhoramento e uso eficiente desse material genético. Isso, porém, tem um lado controverso: se por um lado se propaga genética funcional e estética, por outro há risco de manter linhagens com baixa fertilidade.
A ciência brasileira tem sido fundamental nesse processo. Universidades como Unesp, USP, Unicamp e Universidade Brasil realizam estudos avançados sobre a fertilidade de cavalos, incluindo o uso de inteligência artificial para avaliar o comportamento do garanhão durante a coleta de sêmen.
Cassia explica que o manejo correto durante esse processo é essencial. O momento da coleta deve respeitar o comportamento natural do cavalo, como o “reflexo de flehmen”, uma resposta fisiológica à presença da égua no cio.
“Não deve haver opressão nesse momento. É preciso calma e tempo para que o cavalo desempenhe sua função reprodutiva com qualidade”, completa.
Como a fertilidade de cavalos impacta a pecuária e o produtor rural
Pouco se fala sobre o papel do cavalo na pecuária extensiva, mas ele é peça-chave no manejo de grandes rebanhos. Um rebanho com 5 a 10 mil cabeças, como é comum no Mato Grosso, só pode ser gerenciado com uma tropa bem preparada. E para isso, é essencial que os cavalos estejam em boas condições de saúde reprodutiva e funcional.
“O cavalo é protagonista do nascimento do bezerro”, ressalta Cassia.
Ele permite o manejo adequado, desde o nascimento, passando pela cura do umbigo até o deslocamento para os currais. Esse ciclo mostra que investir na fertilidade de cavalos é também investir em eficiência na pecuária.
Pensando no pequeno e médio produtor, Cassia orienta começar com o básico:
Checklist para o pequeno produtor melhorar a fertilidade de cavalos:
- Nutrição adequada – dieta equilibrada para cavalos reprodutores.
- Controle de endo e ectoparasitas – carrapatos podem reduzir drasticamente o desempenho.
- Vacinação preventiva – proteger contra doenças infecciosas como anemia e mormo.
- Sanidade reprodutiva – exames periódicos e acompanhamento de veterinários.
- Bem-estar animal – conforto, tempo de descanso e respeito ao comportamento natural.
Além disso, Cassia atua no Mestrado Profissional em Produção Animal da Universidade Brasil, onde pesquisas sobre ambiência, comportamento e desempenho animal estão conectando ciência e prática no campo. A parceria com a USP de Pirassununga pretende ainda aprofundar estudos com inteligência artificial aplicada à reprodução.
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