A tecnologia tem moldado diversos setores da sociedade, e no agronegócio não é diferente. A automação e a análise de dados têm impulsionado a produtividade, enquanto ferramentas voltadas ao ESG ajudam na sustentabilidade das propriedades rurais. Soluções digitais, como softwares e inteligência artificial, permitem maior eficiência no campo e promovem práticas mais amigáveis ao meio ambiente. Segundo pesquisa da McKinsey, 72% das empresas globais já utilizam inteligência artificial este ano.
Para entender mais sobre o impacto dessas inovações, a convidada do programa A Protagonista é Fabiana Fernandes, diretora global de TI da John Deere. Mas antes, vamos conhecer um pouco mais sobre sua trajetória.
Fabiana Fernandes: a líder da transformação digital no agro
Fabiana Fernandes nasceu em Santos-SP, e suas paixões incluem cozinhar e viajar, influenciada pela cultura italiana de sua família. Casada há 22 anos e mãe de dois adolescentes, ela aprecia a capacidade de aprender e se adaptar, características que a acompanham em sua carreira. Como diretora de TI da John Deere, Fabiana é uma líder na transformação digital voltada para o aumento da eficiência e sustentabilidade no agronegócio.
Com 25 anos de carreira, Fabiana se considera uma protagonista na área de tecnologia, superando desafios e promovendo a diversidade. Ela liderou o aumento do mix de gênero em sua equipe, composta por mais de 500 pessoas na América Latina.
O impacto da tecnologia no agronegócio
Ao ser questionada sobre sua trajetória e o impacto da tecnologia no agro, Fabiana destaca o papel transformador da inovação. “A tecnologia não é uma coadjuvante, ela é a ferramenta que transforma o negócio”, comenta. Ela enfatiza como a automação e a coleta de dados em tempo real nas máquinas agrícolas conectadas da John Deere permitem uma tomada de decisões mais assertiva, influenciada por fatores como clima, uso de água e aplicação de insumos.
“A John Deere se tornou uma referência tecnológica ao investir em soluções digitais embarcadas nas máquinas, trazendo mais eficiência ao campo”, explica. Ela também ressalta as parcerias estratégicas com startups de inovação aberta, que fortalecem a agricultura e ajudam a garantir a segurança alimentar por meio do aumento da escala de produção.
A presença feminina na tecnologia: desafios e avanços
Além de seu papel em liderar a transformação digital, Fabiana também promove a equidade de gênero no setor de TI, que ainda é predominantemente masculino. “Comecei minha carreira aos 16 anos e, por muito tempo, fui a única mulher nos departamentos pelos quais passei”, relembra. Apesar dos desafios, ela considera essencial o aumento da diversidade, pois “pensamentos diferentes geram soluções inovadoras”.
Como parte de sua missão pessoal, Fabiana busca incentivar a presença de mulheres em tecnologia e acredita no potencial transformador de equipes diversas. “A colaboração é fundamental, e a sensibilidade feminina contribui muito nesse aspecto”, afirma.
O futuro da tecnologia no agro
Ao ser perguntada sobre o futuro, Fabiana enxerga um agronegócio cada vez mais conectado e sustentável. “As operações agrícolas estão na palma da mão, e isso vai trazer mais qualidade de vida para produtores e produtoras, permitindo que eles fiquem mais próximos de suas famílias e pensem estrategicamente sobre a produção”, destaca.
Ela também vê grandes oportunidades de trabalho surgindo na área de suporte técnico, com a crescente demanda por qualificação em tecnologia no campo. “A tecnologia trará não só eficiência, mas também qualidade de vida, impactando positivamente o planeta como um todo”, finaliza.
Uma mensagem de vulnerabilidade e superação
Para encerrar sua participação, Fabiana escolheu a palavra “vulnerabilidade” como a que mais a inspira. “Quando reconhecemos tanto o nosso potencial quanto nossas fragilidades, conseguimos evoluir”, diz. Ela também cita a importância de aprender com autoras como Brené Brown, cujo trabalho sobre a vulnerabilidade ajuda a criar ambientes mais colaborativos e inovadores.