A suinocultura está passando por uma transformação significativa, especialmente com a crescente preocupação com o uso excessivo de antibióticos. Esse cenário abriu espaço para inovações que priorizam a saúde animal e a sustentabilidade. Uma das vozes que se destacam nesse movimento é Mariane Passadori Pfeifer, médica veterinária e Diretora do Departamento Técnico e de Inovações para a América Latina Agrifirm. Sua jornada e expertise ajudam a guiar produtores na adoção de práticas mais naturais e eficazes.
A crescente resistência antimicrobiana é uma preocupação global. No Brasil, o setor suinícola tem buscado alternativas que não apenas atendem às exigências do mercado, mas também garantem a saúde pública e o bem-estar animal. As soluções passam por uma nutrição mais balanceada, o uso de óleos essenciais e ácidos de cadeia média, além de práticas eficientes de manejo ambiental.
A jornada de Mariane Pfeifer
Mariane Pfeifer, nasceu em Campinas, São Paulo. É uma mulher que conquistou destaque no setor de nutrição animal. Mãe, esposa e apaixonada por cavalos, ela encontrou no agro sua vocação, ainda que o foco inicial fosse em animais de companhia, como cães e gatos. A frase “nutrir vidas” foi o ponto de virada que a levou a se apaixonar pelo agronegócio e, em especial, pela suinocultura.
O impacto do trabalho da profissional vai além dos limites da sua atuação técnica. Como diretora na AgriFirm, ela lidera uma equipe dedicada a criar soluções inovadoras para a saúde e o desempenho dos animais, ajudando a moldar o futuro da suinocultura brasileira. Sua visão reflete a importância da empatia, progresso e, acima de tudo, a motivação para gerar impacto positivo no setor.
Alternativas sustentáveis para a produção de suínos
A crescente conscientização sobre o impacto do uso prolongado de antibióticos na produção animal tem levado os produtores a buscarem soluções mais naturais. Entre as principais tendências, destacam-se o uso de óleos essenciais e ácidos de cadeia média. Esses compostos naturais têm mostrado resultados promissores na substituição dos antibióticos, garantindo uma produção mais saudável e segura, tanto para os animais quanto para os consumidores.
Além disso, a demanda por alimentos livres de antibióticos é uma tendência em crescimento, impulsionada pelo mercado europeu, onde o uso de antibióticos em animais destinados à alimentação humana é amplamente proibido. No Brasil, essa mudança também está ganhando força, com muitos produtores adotando práticas mais limpas e sustentáveis.
O impacto da resistência antimicrobiana na saúde pública
Um dos maiores desafios na utilização indiscriminada de antibióticos na suinocultura é o impacto na saúde pública. O consumo de carne de animais que foram tratados excessivamente com antibióticos pode contribuir para o desenvolvimento de resistência antimicrobiana nos seres humanos. Isso significa que, em casos de doenças, o tratamento pode ser dificultado pela falta de antibióticos eficazes.
Pfeifer destaca que, globalmente, não há novos antibióticos sendo desenvolvidos, o que torna ainda mais urgente a necessidade de reduzir o uso desses medicamentos na produção animal. Para os suinocultores, isso significa a adoção de práticas alternativas que mantenham a saúde dos rebanhos sem comprometer o bem-estar dos consumidores.
Inovações no manejo da suinocultura
A indústria de nutrição animal está se reinventando. As inovações não se limitam apenas à substituição de antibióticos, mas também a novas formas de manejo que promovem o bem-estar animal. Óleos essenciais, por exemplo, desempenham um papel fundamental no fortalecimento do sistema imunológico dos suínos, garantindo uma maior resistência natural às doenças. Os ácidos de cadeia média também têm se mostrado eficazes no combate a bactérias nocivas.
Essas soluções naturais oferecem um benefício duplo: além de reduzirem a necessidade de medicamentos, elas são competitivas em termos de custo, tornando-se uma opção viável para muitos produtores. Mariane Fifer acredita que essas práticas são o futuro da suinocultura, promovendo tanto a saúde animal quanto a sustentabilidade do setor.
O papel das mulheres no Agro
O cenário da suinocultura e do agronegócio em geral tem sido tradicionalmente dominado por homens, mas isso está mudando. Mulheres como Mariane Fifer estão mostrando que têm a capacidade de liderar inovações e promover mudanças significativas no setor. Sua atuação, baseada em conhecimento técnico e uma visão de futuro, é um exemplo do papel fundamental que as mulheres desempenham no avanço do agronegócio brasileiro.
Para a especialista, a motivação é um reflexo de muitas outras mulheres que vêm conquistando seu espaço no campo. Com determinação e paixão, elas estão redefinindo o agro, trazendo uma perspectiva de sustentabilidade e inovação.
O futuro da suinocultura no Brasil
Com o mercado europeu pressionando pela produção de carne sem antibióticos, a suinocultura brasileira está em plena transformação. Ainda que a adaptação seja gradual, com menos de 50% das produções operando totalmente livres de antibióticos, a tendência é clara: o futuro é sustentável. E as mulheres estão na linha de frente desse movimento, liderando mudanças que beneficiarão tanto o setor quanto a sociedade.
A trajetória de Mariane Pfeifer é um exemplo vivo de como a inovação e a liderança feminina podem transformar a suinocultura, promovendo práticas mais seguras e sustentáveis. Através de sua atuação e visão de futuro, ela inspira não apenas outros produtores, mas também mulheres que buscam seu espaço no agronegócio.