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Liderança no campo: a trajetória inspiradora de Eneida Ramalho Pascoal

Liderança no campo: a trajetória inspiradora de Eneida Ramalho Pascoal

Ribeirão Bonito, localizada no interior do Estado de São Paulo, é uma cidade com pouco mais de 12 mil habitantes que tem a agropecuária como principal atividade econômica. A produção local se destaca pela cana-de-açúcar, além da criação de bovinos, suínos e aves. O município também é conhecido pela produção de café, cereais, algodão e laranja, consolidando-se como uma região fortemente ligada ao agronegócio. 

Hoje, para falar mais sobre essa região, trazemos a entrevista de Eneida Ramalho Pascoal, presidente do Sindicato Rural de Ribeirão Bonito e integrante da comissão Semeadoras do Agro. Eneida tem uma trajetória de mais de duas décadas no setor, com uma carreira marcada pela liderança feminina em um ambiente majoritariamente masculino.

A primeira mulher à frente de um sindicato rural em SP

Eneida Ramalho Pascoal nasceu em Bebedouro, São Paulo, e desde cedo teve contato com o campo. Em 1998, ela se tornou a primeira mulher a presidir um sindicato rural no Estado, marcando o início de uma jornada desafiadora. “Entrei no agro por necessidade, me casei com um fazendeiro e, após a separação, tive que tocar a minha parte dos negócios com cinco filhos para criar”, conta Eneida.

Foi nessa fase que ela começou a trabalhar na produção de leite, uma atividade que desempenhou por mais de dez anos. “Foi uma vida muito tumultuada, mas sempre caindo e levantando”, lembra. Com o tempo, Eneida conquistou seu espaço no setor, assumindo a presidência do Sindicato Rural de Ribeirão Bonito, o que lhe trouxe não apenas mais responsabilidades, mas também uma convivência rica com outros líderes rurais.

Desafios e conquistas da liderança feminina no agro

Eneida destaca que, quando assumiu a presidência do sindicato, a presença feminina no agro ainda era rara e cheia de obstáculos. “Na época, os bancos exigiam fiadores, e não havia muitas mulheres atuando no setor. Eu tinha que pedir ajuda aos maridos, o que tornava tudo mais difícil”, revela. Mesmo diante de tantas adversidades, ela nunca desistiu. “Sempre amei o que faço. Se fosse para começar de novo, faria tudo outra vez”, afirma.

A partir de sua atuação, Eneida abriu caminho para outras mulheres no agronegócio. Ela acredita que, atualmente, há mais apoio e ferramentas de capacitação disponíveis para as mulheres que desejam ingressar no setor, como os cursos profissionalizantes oferecidos pelo Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). “Hoje, as mulheres têm mais acesso à informação, o que torna a entrada no agro mais segura e planejada”, diz Eneida.

Capacitação e liderança: os pilares do sucesso

Como membro da comissão Semeadoras do Agro, Eneida tem atuado diretamente na promoção da capacitação de mulheres no setor rural. Ela acredita que, além do conhecimento técnico, o desenvolvimento de habilidades de liderança é essencial para o sucesso no agronegócio. “Precisamos de mais líderes no Brasil, especialmente no agro. Não basta ser chefe, é preciso ser líder para construir, delegar e transformar”, defende.

Para Eneida, a liderança é o diferencial que tem permitido a transformação de entidades como a Faesp (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo), onde ela atua como vice-presidente ao lado de Tirso Meirelles, um nome que, segundo ela, está se despontando como um grande líder. “O Tirso é um líder nato e tem feito uma grande transformação na Faesp. Precisamos de mais líderes assim, que pensem no coletivo e no futuro do setor”, destaca.

O futuro do agro e a participação feminina

Quando questionada sobre o que diria às mulheres que estão começando no agronegócio, Eneida é clara: “Preparem-se bem. Hoje, temos o apoio do Senar e de outras instituições que oferecem cursos e orientações. Com conhecimento, você entra no mercado mais segura e com mais chances de sucesso”.

Para ela, o futuro do agro passa necessariamente pela inclusão de mais mulheres no setor, ocupando espaços de decisão e liderança. “Acredito que estamos no caminho certo. O agro mudou muito desde que comecei, e vejo cada vez mais mulheres se capacitando e assumindo posições de destaque. Isso é motivo de grande orgulho para mim”, conclui.

Liderança feminina no campo: o caminho para transformar o agro

Com uma trajetória marcada por superação e liderança, Eneida Ramalho Pascoal é um exemplo vivo de como a participação feminina no agronegócio pode transformar o setor. Ao longo de sua carreira, ela não apenas venceu desafios pessoais e profissionais, mas também abriu caminho para uma nova geração de mulheres no campo. Seu conselho para as novas líderes do agro é simples e poderoso: “Preparem-se e liderem com confiança. O futuro do agro depende de nós”.