Gestão no agronegócio: o primeiro passo é se reconhecer como empresário rural
Vanessa Sabioni, natural de Ubá, Minas Gerais, é engenheira agrônoma e mestre em fitopatologia pela Universidade Federal de Viçosa. Filha e neta de agropecuaristas, encontrou no agro suas raízes e também seu propósito de vida. Hoje, à frente de iniciativas que fortalecem a atuação feminina no setor, ela é uma das maiores referências quando o assunto é gestão no agronegócio.
Conciliando maternidade e carreira, Vanessa destaca-se por sua liderança e visão estratégica. Em entrevista ao programa A Protagonista, ela defendeu a importância da gestão no agronegócio como ferramenta fundamental para o sucesso de qualquer propriedade rural — independente do seu porte.
“Muitos produtores ainda não se enxergam como empresários, e isso dificulta a tomada de decisões baseada em dados e estratégias”, afirma Vanessa.
Para ela, um dos maiores desafios no campo é romper a ideia de que a gestão é algo acessório ou apenas para grandes propriedades.
Os maiores erros de gestão no agronegócio e como evitá-los
Segundo Vanessa, o erro mais comum entre produtores é não realizar o controle diário do fluxo de caixa — a base de qualquer gestão no agronegócio.
“A primeira dica é fazer conta de tudo que entra e tudo que sai diariamente”, orienta ela.
Não separar as finanças pessoais das contas da fazenda é outro deslize frequente, assim como gastos impulsivos que comprometem a sustentabilidade financeira no longo prazo.
Ela destaca três ações práticas que podem transformar a rotina da propriedade:
- Controle de fluxo de caixa diário – Documentar receitas e despesas para avaliar a real saúde financeira da propriedade.
- Inventário de insumos – Saber exatamente o que está em estoque evita desperdícios e compras desnecessárias.
- Quadro de tarefas e responsabilidades – Visualizar quem faz o quê na propriedade melhora a comunicação e o desempenho da equipe.
Além disso, Vanessa reforça que a gestão no agronegócio não é exclusiva para grandes produtores:
“O pequeno produtor, o produtor familiar, também precisa ter uma gestão muito clara”, diz.
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Mulheres à frente da gestão no agronegócio: mais sensibilidade, visão 360° e inovação
Com o crescimento da presença feminina no campo, cada vez mais mulheres assumem a gestão das propriedades com uma abordagem moderna, integradora e inovadora. Para Vanessa, a mulher sempre esteve presente no agro, mas agora está se tornando protagonista.
“Hoje, com mais autoconfiança, elas lideram negócios, assumem finanças e tomam decisões estratégicas.”
Essa mudança é evidente no Clube Agromulher, fundado por Vanessa, uma das maiores comunidades de mulheres do agro no Brasil. O grupo oferece mentorias, eventos, plataformas digitais e networking, apoiando mulheres que atuam desde a agricultura familiar até a pesquisa e grandes propriedades.
“O nosso propósito é o desenvolvimento de carreira, gestão e negócios para mulheres no agro”, explica Vanessa. A rede acolhe e fortalece perfis diversos: gestoras, líderes sindicais, empresárias e pesquisadoras.
Além da sensibilidade e organização, as mulheres também têm sido mais receptivas ao uso de tecnologias na gestão no agronegócio.
“Enquanto muitos homens continuam focados na parte técnica da produção, as mulheres têm abraçado as plataformas digitais e softwares de gestão para planejar com mais precisão”, comenta Vanessa.
Ela exemplifica com uma plataforma parceira do clube, que permite desde o cadastro de talhões e emissão de notas fiscais até o planejamento completo das safras — uma verdadeira revolução para quem começou com anotações em cadernos.
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