
Potencializar resultados, reduzir custos e conquistar mercados são metas centrais de quem vive do agro. E, cada vez mais, essas conquistas passam por decisões pautadas em gestão estratégica, planejamento inteligente e uso de tecnologias acessíveis.
Na prática, isso significa transformar a propriedade rural em uma empresa moderna, sustentável e rentável. Quem afirma é Ana Rita Scozzafave, médica-veterinária, mestre e consultora com mais de 30 anos de experiência no agronegócio.
Fundadora do grupo SCZ, Ana capacitou milhares de produtores rurais com uma abordagem direta e prática, conectando tradição e inovação.
Do achismo ao planejamento de safra
Segundo Ana Rita, o primeiro passo é abandonar os “achismos” e pensar como empresa:
“O produtor precisa planejar tudo com antecedência. A safra seguinte deve estar organizada seis meses antes: compra de insumos, correção de solo, contratação de mão de obra e previsão de mercado”, explica.
Esse planejamento reduz custos, evita perdas e amplia os ganhos. Dados da FAO apontam que propriedades bem planejadas podem ter até 25% mais eficiência operacional, mesmo sem grandes investimentos extras.
Tecnologia e inteligência de negócios no campo
Com a internet rural mais acessível e ferramentas simples como aplicativos de cotação e gestão agrícola, o produtor tem hoje recursos para operar com mais inteligência de mercado.
“A informação está no WhatsApp, nos apps gratuitos, no conteúdo da Embrapa, Senar, cooperativas. A questão é usar esse conhecimento para tomar decisões estratégicas”, destaca Ana.
E essa inteligência vale para propriedades de todos os portes. No estado de São Paulo, por exemplo, um pequeno produtor pode ter até 126 hectares – o que exige profissionalismo na gestão, mesmo em áreas menores.
ESG e sustentabilidade também são gestão
Um agro moderno e competitivo também deve ser sustentável. Isso passa pelo uso consciente de bioinsumos, preservação do solo, rastreabilidade e educação das comunidades rurais.
“O produtor precisa pensar ESG desde o início. E isso começa com educação: da família, dos funcionários, da comunidade. É possível agregar valor ao produto sendo sustentável”, afirma.
A integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), o uso de bioinsumos e o reaproveitamento de resíduos orgânicos são práticas que ajudam a equilibrar produtividade e responsabilidade ambiental.
A importância da capacitação contínua
Para Ana, a educação rural é o diferencial.
“Tem muito curso gratuito e de qualidade disponível. O produtor precisa sair do improviso e entrar numa mentalidade de aprendizagem contínua”, aconselha.
Essa postura, aliada à busca por dados, análise de mercado e parcerias estratégicas, coloca o produtor à frente mesmo diante de adversidades climáticas ou oscilações de preço.
Comece agora: 5 passos para uma gestão estratégica
- Planeje com antecedência: defina metas, insumos e mão de obra com pelo menos 6 meses de antecedência.
- Use aplicativos e plataformas gratuitas: como Embrapa Info, SENAR AgroGestor, AgroBrasil.
- Acompanhe o mercado: cotações, tendências e volatilidades são dados essenciais.
- Capacite-se: participe de cursos, workshops e treinamentos.
- Implemente práticas sustentáveis: comece pelo uso de bioinsumos e mapeamento do solo.
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