O 2º Encontro das Estadual das Mulheres do Agro, evento que aconteceu em Lins, interior de São Paulo, foi palco de relatos emocionantes de perseverança e inspiração. Durante o encontro, o programa A Protagonista teve o prazer de receber Silvia Waiãpi, Deputada Federal, cuja trajetória é um exemplo de força e determinação. Sua jornada representa um estímulo para muitas mulheres que, em algum momento, não se imaginaram como líderes de suas próprias vidas.
“Ser protagonista é um grande desafio”
A deputada iniciou a entrevista agradecendo o convite e refletiu sobre o que significa ser ou estar no programa A Protagonista: “Ser protagonista já é um grande desafio”. Durante a conversa, Silvia mencionou que enfrentou muitos “nãos” por conta de sua origem, etnia e condições sociais. No entanto, cada obstáculo enfrentado serviu como incentivo para buscar mais conhecimento, crescer e desafiar as barreiras impostas.
A relevância do conhecimento e da inovação
Silvia destacou a necessidade da ciência e da inovação tecnológica para o fortalecimento de uma sociedade soberana. Para ela, dominar o conhecimento é fundamental para evitar que um povo seja dominado: “Sem ciência e tecnologia, uma nação será sempre subjugada. É por isso que precisamos investir em pesquisa e nos fortalecer”.
Ela também refletiu sobre o papel histórico da mulher na agricultura e como a mecanização e a revolução industrial acabaram substituindo o trabalho feminino. Entretanto, ela celebra a retomada das mulheres no campo, agora assumindo o controle de máquinas e ferramentas modernas, recuperando um espaço que sempre lhes pertenceu.
Resiliência e renovação: uma lição de vida
Silvia compartilhou suas experiências pessoais de superação, desde situações de violência e perda, até recomeços dolorosos. “Recomecei mais de 10 vezes, e cada novo começo, mesmo difícil, me fortaleceu”, disse. Ela falou como os momentos desafiadores a ensinaram a se reconstruir e como sua trajetória se tornou um exemplo para outras mulheres.
Sonhos de infância moldando o presente
Desde cedo, a deputada mostrava a garra que a levaria longe. Após um acidente, foi afastada de sua comunidade e sonhava, como ela relata, em erguer a bandeira do Brasil. Por ser indígena, não podia participar desse momento na escola, mas prometeu a si mesma que um dia realizaria esse desejo. Anos depois, como a primeira indígena a se tornar oficial das Forças Armadas brasileiras, Silvia finalmente alcançou esse objetivo ao hastear a bandeira nacional nos Jogos Mundiais Militares.
“Seja a heroína da sua própria jornada”
A mensagem final foi poderosa e clara: cada um de nós pode ser o herói da sua própria vida. “Eu sou a heroína de mim mesma, sou a dona das minhas batalhas, e aprendi a superá-las. Hoje, trabalho para ajudar outras pessoas a encontrar esse mesmo caminho”, finalizou.