O empreendedorismo feminino tem se mostrado uma poderosa ferramenta de transformação social, especialmente para as mulheres do campo. Com coragem, conhecimento e redes de apoio, elas estão ocupando espaços antes inacessíveis e mudando realidades.
Um exemplo inspirador é Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora, que nasceu no sertão de Alagoas e construiu, a partir de uma vivência simples e cheia de desafios, um ecossistema que hoje conecta mais de 3 milhões de mulheres empreendedoras no Brasil.
Da experiência pessoal à criação de uma rede nacional
Em 2007, após deixar uma carreira executiva, Ana decidiu empreender. Participou do programa “10 mil mulheres”, da Fundação Getulio Vargas, e teve um insight poderoso: dividir o conhecimento com outras que não puderam acessar a formação. Assim nasceu a Rede Mulher Empreendedora, inicialmente como um blog com linguagem acessível e prática.
Seis meses depois, o blog já alcançava 100 mil mulheres. Com o tempo, vieram as redes sociais, os eventos presenciais, os grupos de apoio, mentorias e programas de capacitação. O que começou como um gesto colaborativo virou um negócio de impacto social e econômico.
Os desafios do empreendedorismo feminino no agro
O caminho para as mulheres do agro empreenderem ainda é cheio de barreiras. Muitas vezes, precisam convencer suas próprias famílias sobre a importância do que fazem. Além disso, lidam com desigualdades estruturais, julgamentos sociais e a constante desconfiança sobre sua capacidade de liderar.
“A fazenda é um grande empreendimento a céu aberto”, afirma Ana. “E quando uma mulher assume a liderança, o impacto vai muito além do financeiro.”
Dicas práticas para quem quer começar
Com base na sua trajetória, Ana compartilhou cinco conselhos valiosos para mulheres que desejam empreender:
- Busque conhecimento: estude, pesquise e mostre domínio sobre o que quer realizar.
- Peça mentoria: converse com outras mulheres do agro que já têm experiência.
- Cuide da saúde mental: empreender exige equilíbrio emocional.
- Participe de redes: conectar-se com outras empreendedoras fortalece o processo.
- Celebre suas conquistas: reconhecer o próprio esforço é essencial para seguir em frente.
O poder da colaboração feminina
Ao contrário da ideia de que mulheres competem entre si, Ana defende que a essência feminina é colaborativa. Casos de ajuda mútua são frequentes em sua rede, e mostram o quanto o apoio entre mulheres pode ser um fator decisivo para o sucesso.
“Ao comprar de uma mulher, você ajuda toda a comunidade em volta dela”, destaca.
Por isso, ela reforça a importância de políticas públicas que incentivem o acesso ao crédito, a priorização na compra pública de produtos de mulheres e ações que fortaleçam o empreendedorismo local feminino.
Quando uma mulher cresce, todas colhem os frutos
Com o lema “quando uma mulher planta, todas colhem”, A Protagonista e a Rede Mulher Empreendedora compartilham a visão de que o desenvolvimento das mulheres no agro é coletivo e transformador.
“Os prêmios que recebo são ferramentas para dar mais visibilidade a outras mulheres”, afirma Ana.
Hoje, sua rede conta com mais de 2.000 embaixadoras que atuam diretamente em comunidades rurais, compartilhando conhecimento, acolhendo e inspirando.
Quer se inspirar ainda mais? Participe do Festival RME, dias 3 e 4 de outubro, em São Paulo, com a presença de 10 mil mulheres empreendedoras.
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