A VEZ DELAS

Oficina Verde transforma oficinas mecânicas com qualificação profissional e sustentabilidade 

Oficina Verde transforma oficinas mecânicas com qualificação profissional e sustentabilidade 

Em um cenário dominado por homens, lidar com tratores e caminhões representa um desafio para muitas mulheres. Sandra Nali, fundadora da escola do Mecânico, está mudando essa realidade ao oferecer capacitação especializada para mecânicas na linha pesada. Em Americana, no interior de São Paulo, a escola abriu a Oficina Verde, um espaço pioneiro que combina tecnologia avançada e sustentabilidade, promovendo um impacto ambiental zero.

Formação e empoderamento para mulheres no setor automotivo

Sandra Nali, nascida em Mogi Mirim-SP e apaixonada por futebol, fundou a escola do Mecânico em 2011, impulsionada pela vontade de gerar impacto social e promover a transformação no setor. Casada e sem filhos, ela busca fortalecer a representatividade feminina em uma área predominantemente masculina, provando que o potencial das mulheres na mecânica vai muito além dos estereótipos. “Em 2014, matriculei a primeira mulher; em 2023, esse número chegou a 1.500”, comemora Sandra. A previsão para 2024 é ainda maior, com o objetivo de formar duas mil mulheres.

Oficina Verde: tecnologia, sustentabilidade e inovação

A Oficina Verde é um projeto inovador que busca redefinir o conceito de oficinas, tornando-as mais acessíveis, seguras e transparentes, especialmente para mulheres condutoras. Além de capacitar mulheres, o espaço opera com impacto ambiental zero e utiliza alta tecnologia para realizar diagnósticos precisos e manutenções sem depender exclusivamente da força física. “Os veículos de hoje têm uma tecnologia embarcada avançada. Muitas vezes, o desafio é mais sobre ajustes técnicos e diagnósticos, e não sobre força”, explica Sandra.

Quebrando barreiras e ampliando oportunidades no setor

A entrada de mulheres no setor automotivo pesado ainda enfrenta resistência, especialmente por ser um campo de predominância masculina. Para Sandra, a principal barreira está na cultura das oficinas e no apoio dos profissionais veteranos. A inclusão feminina nesse mercado também depende de oportunidades de emprego, e é justamente isso que a escola do Mecânico oferece. “Para além da formação, é preciso criar oportunidades de trabalho para essas mulheres”, ressalta a fundadora.

Resiliência: a palavra-chave para o protagonismo feminino

Sandra deixa uma mensagem de incentivo para as mulheres que desejam ingressar na mecânica de linha pesada: “A resiliência é essencial. O protagonismo está em fazer o que precisa ser feito sem desculpas e ocupar espaços onde poucos estão.” Ela acredita que essa característica já faz parte da essência feminina, e é o que impulsiona tantas mulheres a se destacarem em áreas desafiadoras.