Ovo de qualidade: o segredo está na recria e na biosseguridade

O desafio da qualidade começa antes da postura

A busca por ovos de qualidade começa muito antes da coleta. Segundo a veterinária Jeniffer Pimenta, especialista em postura comercial, a fase de recria é determinante para garantir produtividade e sanidade nas granjas.

“A produção é a fase de coletar ovos. A recria é onde o sucesso começa”, afirma.

Durante o desenvolvimento das aves, especialmente até a 15ª semana, é essencial monitorar o peso corporal, o desenvolvimento ósseo e a resposta imunológica. Essa preparação influencia diretamente no pico de produção, na persistência da postura e na qualidade da casca — um fator decisivo para a aceitação no mercado.

Biosseguridade: o simples bem feito todos os dias

Medidas que protegem a produção

A biosseguridade avícola é uma das principais barreiras contra agentes patogênicos como salmonela, bronquite infecciosa e micoplasmas. Jeniffer destaca que não se trata de um único fator, mas de um conjunto de práticas consistentes:

• Controle rigoroso de entrada de pessoas, veículos e materiais
• Barreiras físicas e desinfecção de ambientes
• Controle de pragas (moscas, roedores, ácaros)
• Manejo diário padronizado e monitorado
• Limpeza e desinfecção entre lotes

“Biosseguridade é rotina bem feita. É o básico bem feito todos os dias que mantém a granja saudável.”

Vacinação estratégica: proteção feita sob medida

As vacinas são pilares da prevenção sanitária, mas precisam estar integradas ao contexto epidemiológico da granja.

Jeniffer explica que a vacinação autógena, feita a partir de amostras locais, oferece uma proteção personalizada e eficiente. Esse tipo de vacina carrega o nome da granja no rótulo e tem como objetivo eliminar o agente da propriedade ao longo do tempo.

Além disso, as vacinas comerciais seguem esquemas estratégicos com uma, duas ou três doses, ajustadas à pressão de infecção da região.