Sou de Algodão

Mulheres que Conectam o Campo à Moda: Silmara Ferraresi e o Sou de Algodão

Conheça Silmara Ferraresi, liderança feminina no agro, à frente do movimento Sou de Algodão. Moda sustentável, rastreabilidade e conexão campo-cidade em destaque.

Mulheres que Conectam o Campo à Moda: Silmara Ferraresi e o Sou de Algodão
FOTO: Reprodução Instagram @silmara.ferraresi

Silmara Ferraresi é diretora de relações institucionais da ABRAPA (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão) e uma das principais responsáveis pelo movimento Sou de Algodão, que vem transformando a percepção do consumidor sobre a origem das roupas que veste.

Apesar de ter crescido em uma família ligada ao café e à pecuária leiteira no interior de São Paulo, Silmara iniciou sua carreira como professora de Letras. Seu ingresso no agronegócio ocorreu há 19 anos, quando foi convidada a integrar a ABRAPA e, desde então, vem construindo pontes entre o campo e a cidade por meio da comunicação estratégica e institucional.

O nascimento de um movimento

O movimento Sou de Algodão surgiu diante de um desafio real: a queda da participação da fibra natural no mercado brasileiro, que passou de 83% para cerca de 49% nas últimas décadas. A principal razão? A concorrência com as fibras sintéticas, mais baratas e amplamente utilizadas na indústria da moda.

A resposta foi desenvolver um movimento de longo prazo e não apenas uma campanha pontual com o objetivo de educar, engajar e conectar toda a cadeia têxtil brasileira, do produtor ao consumidor final. O foco: mostrar o valor socioambiental do algodão brasileiro, que é produzido com rastreabilidade e certificações como a ABR (Algodão Brasileiro Responsável).

Resultados que vão além dos números

Com quase 10 anos de atuação, o Sou de Algodão transformou a relação entre o agro e a moda. Embora a preferência do consumidor ainda esteja em construção, a mudança de percepção já é visível. A iniciativa contribuiu para que marcas como Reserva, Renner, C&A, Dudalina e Calvin Klein adotassem coleções com algodão rastreável.

O destaque vai para o programa SouABR, que impulsionou a rastreabilidade em larga escala no país.

Segundo Silmara, “o mais valioso é o relacionamento com a cadeia têxtil e o entendimento do valor da matéria-prima brasileira”.

Conhecimento que transforma

Além das campanhas publicitárias e parcerias estratégicas, o movimento promove ações como as Cotton Trips: visitas de formadores de opinião às fazendas certificadas, para vivenciar a produção do algodão desde o campo até os laboratórios de qualidade.

Essa troca direta entre produtores, estilistas e consumidores cria uma comunicação bidirecional e fortalece a credibilidade do setor. Não à toa, o Sou de Algodão foi reconhecido como marca relevante no line-up da São Paulo Fashion Week, em 2022.

Diversidade, equidade e liderança feminina no campo

Apesar de apenas 11% das trabalhadoras em fazendas certificadas serem mulheres, o setor vem se mobilizando para mudar essa realidade. Iniciativas como treinamentos específicos para mulheres em funções técnicas e operacionais promovidas por entidades como a Associação Baiana dos Produtores de Algodão estão abrindo novos espaços para a atuação e a liderança feminina.

Silmara reforça que o movimento defende diversidade, equidade de gênero e inclusão como pilares para o futuro do agro e da moda sustentável.

Um novo olhar para o agro e a moda

Ao conectar os atributos do algodão brasileiro à moda consciente, o movimento liderado por Silmara Ferraresi dá voz ao campo de maneira inovadora, estratégica e sensível. Mais do que produzir matéria-prima, o agro comunica propósito, rastreabilidade, responsabilidade socioambiental e, acima de tudo, o protagonismo de quem faz tudo isso acontecer inclusive as mulheres.

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