O Caminho da Sucessão Familiar no Agro
Eduarda Van Lieshout sempre esteve conectada ao agronegócio por meio de sua família, mas sua trajetória profissional começou longe das fazendas. Formada em Administração e Direito, com pós-graduação em Direito Agrário, Eduarda construiu uma carreira na área jurídica antes de perceber que sua verdadeira vocação estava no campo.
“Ver o quanto meu pai trabalhou por anos para construir o que temos hoje e poder continuar essa trajetória foi o que mais me motivou a entrar no agronegócio”, relata Eduarda.
O retorno para o agro, no entanto, não foi simples. Ela precisou convencer seus pais de que estava preparada para assumir responsabilidades e superar desafios que surgem na sucessão familiar, principalmente sendo mulher em um setor tradicionalmente masculino.
Desafios e Conquistas das Mulheres na Sucessão Familiar
1. Superando o Preconceito e a Resistência
Ao ingressar no agronegócio, Eduarda enfrentou dificuldades comuns a muitas mulheres que assumem o comando das propriedades. Desde o preconceito em lojas agropecuárias, onde era ignorada ou tratada com desconfiança, até a resistência de funcionários que não acatavam suas ordens.
“Houve momentos em que saí chorando de algumas lojas porque as pessoas simplesmente não me levavam a sério. Cheguei a ouvir: ‘Cadê seu pai? Esse não é lugar para você’”, relembra.
Com o tempo, Eduarda desenvolveu confiança e postura para lidar com essas situações, demonstrando seu conhecimento e autoridade no negócio.
2. O Papel do Apoio Familiar na Sucessão
A presença e o incentivo da família foram fundamentais para sua transição. Seu pai teve um papel essencial ao estabelecer que Eduarda e seu irmão estavam no comando da propriedade, garantindo que sua autoridade fosse reconhecida pelos colaboradores. Esse apoio fortaleceu sua confiança e permitiu que ela assumisse a gestão com segurança.
3. Capacitação e Profissionalização no Agro
Para se destacar no setor, Eduarda enfatiza a importância da capacitação contínua.
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“Conhecimento é algo que ninguém pode tirar de você. Sempre busque cursos, treinamentos e informação para se profissionalizar cada vez mais”, aconselha.
Ela destaca que, no Brasil, instituições como SENAI, SENAC e FAEG oferecem capacitações acessíveis e, muitas vezes, gratuitas, permitindo que mulheres no agro adquiram mais conhecimento e confiança para tomar decisões estratégicas.
4. Sororidade e Apoio Entre Mulheres no Agro
Eduarda ressalta a importância da solidariedade entre mulheres no setor. Apesar de ter sido acolhida por muitas, também enfrentou situações de rivalidade feminina.
“Uma das experiências mais difíceis que tive foi com uma mulher, que me tratou mal em uma revenda agropecuária ao ponto de eu sair chorando”, compartilha.
No entanto, ela acredita que a união feminina é essencial para fortalecer a presença das mulheres no agronegócio.
5. Dicas Para Mulheres que Querem Entrar no Agro
Para aquelas que estão ingressando no agronegócio e enfrentando desafios semelhantes, Eduarda compartilha algumas dicas valiosas:
- Pergunte e aprenda: Nunca tenha medo de tirar dúvidas. O aprendizado constante é fundamental.
- Seja resiliente: O preconceito e os desafios existem, mas a persistência é essencial para conquistar espaço.
- Busque capacitação: Cursos e treinamentos ajudam a desenvolver habilidades técnicas e de gestão.
- Fortaleça sua rede de apoio: Ter uma rede de contatos com outras mulheres no agro pode ser um diferencial.
O Futuro das Mulheres na Sucessão Familiar do Agro
O caminho da sucessão familiar no agronegócio ainda tem desafios, mas o futuro é promissor para as mulheres que desejam assumir protagonismo. Com apoio, profissionalização e networking, elas podem transformar o setor e abrir portas para as próximas gerações.
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