No palco do protagonismo feminino no agro, a estilista indígena Ytahy Guajajara emocionou o público com uma apresentação que simboliza uma potente conexão entre o agro e povos originários, por meio da moda, da ancestralidade e da responsabilidade ambiental.
A força da cultura indígena na passarela do agro
A coleção Pihewe, que em tupi significa “o amanhã”, foi criada pelo coletivo Guajajara Artes, formado por mulheres indígenas das terras Bacurizinho e Morro Branco, no Maranhão. Lideradas por Ytahy Guajajara, elas trouxeram à passarela um desfile que ultrapassa a estética para se tornar uma manifestação viva da conexão entre o agro e os povos originários.
Com roupas produzidas a partir de materiais naturais e reaproveitados — como sementes e miçangas recicladas de vidro — as peças foram transformadas em joias e grafismos manuais que exaltam a força das raízes ancestrais.
“Cada detalhe é pensado para representar a nossa essência e, ao mesmo tempo, alertar para a urgência de cuidarmos do planeta”, afirmou Ytahy durante o desfile.
Conexão entre o agro e povos originários inspira sustentabilidade e ancestralidade
A coleção não apenas estreita a conexão entre o agro e povos originários, mas também lança um alerta sobre a necessidade de ações sustentáveis. Elementos como animais ameaçados de extinção ilustram estampas e pinturas manuais, chamando a atenção para o impacto das escolhas humanas no equilíbrio ambiental.
“Nossas atitudes determinam a nossa existência neste planeta. Precisamos nos unir pelo amanhã das próximas gerações”, declarou a estilista.
Esse elo entre o agro e a cultura dos povos originários revela um caminho possível de inovação com respeito, onde saberes tradicionais se aliam à tecnologia e às práticas produtivas sustentáveis. O desfile mostrou que é possível repensar a produção têxtil e a moda no campo a partir do olhar ancestral, focado na regeneração e no pertencimento.
FOTO: @nettofotografia
“Quando a Gisela me convidou para participar dessa ação, fiquei extremamente lisonjeada e empolgada por fazer parte de um momento tão importante na conexão entre o agronegócio e os povos originários — uma conexão que desejamos muito que se fortaleça. Afinal, somos fruto de uma miscigenação; temos o sangue dos indígenas, dos negros e dos nossos colonizadores. Nada mais justo e necessário do que homenageá-los também.” afirma Jaqueline Silva, diretora do Canal Rural
O impacto da coleção Pihewe: tradição, moda e futuro
Além do significado simbólico e cultural, a coleção Pihewe também ganha protagonismo comercial. As peças apresentadas no desfile estão à venda no stand do evento e, agora, chegam ao Brasil inteiro por meio das redes sociais do coletivo clicando aqui
Essa expansão demonstra que a conexão entre o agro e povos originários também pode gerar valor econômico, visibilidade e independência para essas mulheres artesãs e estilistas.
Destaques da coleção Pihewe:
- Uso de materiais naturais e reciclados: sementes, miçangas de vidro reaproveitado, tecidos orgânicos.
- Pinturas manuais e grafismos indígenas: expressões autênticas da cultura Guajajara.
- Estampas de animais em extinção: alerta para o impacto ambiental.
- Produção 100% feita por mulheres indígenas das terras Bacurizinho e Morro Branco (MA).
O desfile de Ytahy Guajajara reforça o papel da moda como ferramenta de transformação social e ambiental. A conexão entre o agro e povos originários foi o fio condutor de uma apresentação emocionante, que posiciona a mulher indígena como agente de mudança dentro do universo agro.
O Agrobalsas 2025 está acontecendo de 12 a 16 de maio, das 18h às 22h, na Fazenda Sol Nascente, em Balsas, Maranhão.