Liderança Feminina

Liderança feminina no agronegócio: Fernanda Teixeira fala sobre desafios e conquistas

Fernanda Teixeira, gerente de comunicação e customer care da AGCO América do Sul, compartilha sua trajetória e destaca a importância da liderança feminina no agronegócio, ressaltando desafios, conquistas e oportunidades para as mulheres no setor.

Liderança feminina no agronegócio: Fernanda Teixeira fala sobre desafios e conquistas
Jaqueline Silva e Fernanda Teixeira durante entrevista no programa A Protagonista

A liderança feminina no agronegócio tem ganhado cada vez mais visibilidade nos últimos anos. No entanto, mesmo com avanços significativos, o espaço das mulheres em cargos de decisão ainda exige superação, resiliência e preparo constante. Quem conhece bem essa realidade é Fernanda Teixeira, gerente de comunicação e customer care da AGCO América do Sul, executiva com quase 30 anos de experiência no setor, que também atua como diretora da AGCO Agriculture Foundation e presidente da ACESA Capuava.

Fernanda Teixeira
Arquivo Pessoal

Nascida em Campinas (SP), Fernanda construiu sua carreira a partir de uma oportunidade de estágio, ainda na faculdade, em uma multinacional de defensivos agrícolas. Desde então, não parou mais. Com especializações em instituições renomadas como FGV e Stanford, ela soma experiência em comunicação, sustentabilidade e inclusão, sempre buscando ser ponte entre produtor rural, empresas e sociedade.

Para ela, a liderança feminina no agronegócio não é apenas uma questão de espaço conquistado, mas de competência reconhecida. Como destaca:

“O que faz a diferença é a competência. As vagas estão aí e cabe a nós, mulheres, buscarmos esse espaço com preparo e dedicação”.

O papel da liderança feminina no agronegócio

A presença das mulheres em cargos de liderança no agro é um reflexo de uma transformação que, segundo Fernanda, vem ocorrendo de forma gradual, mas consistente. Se no passado poucas mulheres ocupavam cadeiras em reuniões corporativas do setor, hoje elas estão presentes em diferentes áreas da gestão financeira à operação de robôs, da engenharia ao campo.

Dados compartilhados pela executiva exemplificam essa mudança: na AGCO Brasil, quase 40% dos funcionários são mulheres, desde posições operacionais até cargos de alta gestão. Esse cenário demonstra como o setor está mais aberto à diversidade e à valorização de diferentes perfis profissionais.

Contudo, Fernanda reforça que a liderança feminina no agronegócio ainda enfrenta barreiras culturais e emocionais, como a falta de segurança e o medo de se expor. Para superar isso, ela acredita no fortalecimento da sororidade, no apoio mútuo e na preparação constante.

“Todo mundo sempre sabe uma coisa que a gente não sabe. Trabalhar com pessoas melhores do que nós é um presente, porque nos faz aprender todos os dias”, afirma.

Desafios da liderança feminina no agronegócio

Entre os principais pontos que ainda precisam ser trabalhados, Fernanda destaca:

  • Segurança emocional: muitas profissionais ainda hesitam em se posicionar com firmeza.
  • Sororidade: mulheres precisam apoiar mais umas às outras, evitando a competição interna.
  • Resiliência: nem sempre a promoção ou a oportunidade chega no tempo esperado, por isso é importante ter paciência estratégica.
  • Atualização constante: estar preparada significa se reinventar diariamente, enxergando novas soluções para velhos problemas.

Segundo Fernanda, lidar com esses desafios faz parte de um processo de amadurecimento e construção de carreira no setor.

Oportunidades para ampliar a liderança feminina no agronegócio

Se os obstáculos ainda existem, as oportunidades também estão cada vez mais presentes. Para a executiva, o mercado atual está aberto à atuação feminina em praticamente todas as áreas, e cabe às mulheres se prepararem para ocupar essas vagas.

Ela acredita que algumas atitudes podem potencializar a presença da liderança feminina no agronegócio:

  1. Investir em conhecimento – seja em formações acadêmicas, cursos técnicos ou aprendizado prático.
  2. Construir redes de apoio – buscar mentores, colegas de confiança e equipes diversas que estimulem o crescimento.
  3. Explorar diferentes caminhos – em alguns momentos, pode ser necessário dar passos para o lado, como experiências no terceiro setor, para ampliar competências.
  4. Valorizar a diversidade – entender que diferentes olhares enriquecem as soluções dentro das empresas.
  5. Trabalhar a inteligência emocional – saber lidar com frustrações, desafios e oportunidades com equilíbrio.

Essas práticas, segundo Fernanda, permitem que mais mulheres conquistem cargos estratégicos e mantenham uma trajetória sólida no agro.

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