Agricultura regenerativa e de baixo carbono foi o tema da palestra da pesquisadora Ana Paula Packer, chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, durante o AgroBalsas 2025. Reconhecida por seu protagonismo na ciência e inovação agrícola, Ana Paula falou sobre os avanços, os desafios e as oportunidades que envolvem a tropicalização sustentável da produção agrícola brasileira, dentro de uma abordagem regenerativa e com foco na redução de emissões.
Logo após sua participação no painel, Ana Paula concedeu uma entrevista para A Protagonista, na qual aprofundou temas importantes como a mensuração de carbono, os incentivos econômicos ao produtor e a valorização do produto brasileiro no cenário internacional.
“O produtor rural já adota diversas tecnologias de agricultura de baixo carbono. O que falta é comunicar melhor o que já fazemos e o que ainda precisamos fazer”, afirmou.
O papel do produtor na agricultura regenerativa e de baixo carbono
A agricultura regenerativa e de baixo carbono está cada vez mais presente no campo, e Ana Paula reforça que o Brasil já tem muito a mostrar ao mundo. O país conta com tecnologias adaptadas aos seus cinco biomas e com um plano estratégico robusto para a adoção de práticas sustentáveis, com destaque para o Programa ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono).
Ela observa que os produtores brasileiros já incorporam diversas soluções sustentáveis no dia a dia da lavoura.
“Hoje, o produtor rural já consegue ver uma mudança na produtividade com a adoção da agricultura regenerativa. Ele já tem uma produção maior e mais eficiente”, explicou.
Mas apesar das conquistas, a pesquisadora reforça que o desafio maior está na mensuração dos resultados ambientais dessas práticas. Isso permitirá não apenas acompanhar os impactos positivos da agricultura regenerativa e de baixo carbono, mas também abrir portas para que o produtor seja recompensado de forma justa e efetiva.
Mensurar, comunicar e valorizar: as próximas etapas da agricultura regenerativa
Para que o modelo de agricultura regenerativa e de baixo carbono ganhe ainda mais força, três ações são fundamentais, segundo Ana Paula:
- Mensurar: entender quanto carbono está sendo capturado ou evitado;
- Comunicar: mostrar com clareza, tanto para o mercado interno quanto externo, o que o Brasil já realiza;
- Valorizar: transformar os esforços sustentáveis em retorno financeiro, seja por meio de mercados de carbono, rastreabilidade ou valorização dos produtos.
Ana Paula destacou que a valoração do produto agrícola sustentável pode acontecer de diversas formas:
“Não só com o dinheiro direto, com aporte de recursos, mas com o reconhecimento de mercado, rastreabilidade e maior potencial de exportação”, reforçou.
Ela também lembrou que a agricultura regenerativa e de baixo carbono é uma resposta importante às grandes questões globais, como as mudanças climáticas, a perda da biodiversidade e a poluição.
“Precisamos falar a mesma língua. A COP30 está aí, e é nosso papel apresentar um discurso consistente do que já fazemos e do que ainda precisamos fazer”, destacou.
Agricultura regenerativa e de baixo carbono no centro do debate agroambiental
A presença de Ana Paula Packer no AgroBalsas 2025 e sua fala inspiradora são reflexos do protagonismo crescente das mulheres no agronegócio e da urgência em avançar com soluções sustentáveis. A agricultura regenerativa e de baixo carbono não é uma tendência, mas uma necessidade — e está cada vez mais estruturada no Brasil.
Com práticas que restauram o solo, reduzem a dependência de insumos químicos e aumentam a resiliência dos sistemas agrícolas às mudanças climáticas, esse modelo representa uma nova era para o agronegócio nacional. E é fundamental que essa revolução seja compreendida, valorizada e adotada amplamente.
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