O tema sustentabilidade no agro está cada vez mais presente nas discussões globais. E, segundo Adriana Moraes, coordenadora de sustentabilidade da Fundação ECO+, o setor agropecuário brasileiro não só faz parte da solução como pode ser protagonista nas ações que enfrentam as mudanças climáticas.
Adriana, natural de Tatuí (SP), é geógrafa e atua como semeadora de soluções com raízes na sustentabilidade. Ela iniciou sua trajetória com cafeicultores no Cerrado e hoje conecta inovação e regeneração em todo o país.
“Minha missão é engajar pessoas e empresas para uma transição regenerativa”, resume.
Oportunidade histórica para o Brasil mostrar sua liderança climática
Para Adriana, a sustentabilidade no agro deve ser encarada de forma ampla, envolvendo eficiência produtiva, uso consciente de recursos naturais e boa governança nas propriedades.
Segundo ela, o Brasil possui um diferencial: “As florestas brasileiras estão em grande parte dentro de propriedades privadas. Isso mostra o papel essencial do produtor na preservação ambiental”.
Ela destaca que, além de proteger o meio ambiente, o produtor também pode gerar valor ao adotar práticas sustentáveis. A integração lavoura-pecuária-floresta, por exemplo, é uma técnica que aumenta a produtividade, melhora o solo e preserva os recursos naturais.
“É possível produzir com eficiência sem desmatar novas áreas. Há muitos exemplos de propriedades conservadas que exportam produtos com alto valor agregado”, pontua.
A COP 30 será, segundo ela, a vitrine ideal para que o Brasil mostre ao mundo as boas práticas do agro. “É uma conferência entre países, com peso decisivo nas políticas globais. O Brasil pode atrair investimentos e ampliar políticas como o Plano ABC+ e o RenovaBio, que já são referências em descarbonização”, afirma.
Sustentabilidade no agro exige ações práticas e recompensa ao produtor
Adriana também falou sobre os impactos diretos das mudanças climáticas no dia a dia do campo. A sustentabilidade no agro, segundo ela, é urgente porque os efeitos extremos já são realidade.
“A gente vê secas severas na Amazônia e enchentes no Sul. Isso afeta diretamente a produção, o solo, a água e a renda do produtor”, alertou.
Ela explicou que os produtores já adotam medidas de resiliência climática, como:
- Melhoramento genético das sementes,
- Irrigação eficiente,
- Consórcios de culturas,
- Uso racional de insumos.
Essas estratégias ajudam a mitigar os riscos, mas ainda não são suficientes. É preciso pensar no longo prazo e, principalmente, oferecer incentivos financeiros a quem cuida da terra. Uma das propostas defendidas por Adriana é o pagamento por serviços ambientais:
“O produtor rural precisa ser remunerado por proteger florestas, solos e nascentes. Ele oferece um serviço essencial para todos nós”.
Ela acredita que esse tipo de política pode ser ampliado com a visibilidade da COP 30. “A conferência pode trazer novos recursos e acelerar essas transformações”, diz.
O papel feminino na sustentabilidade no agro
Adriana reforçou o poder da mulher do campo nesse processo. Para ela, a sustentabilidade no agro também passa pelo protagonismo feminino e pela sensibilidade de quem cuida e transforma.
“A mulher rural tem um papel essencial na tomada de decisões, na preservação e na inovação dentro da propriedade”.
Adriana Moraes, coordenadora de sustentabilidade da Fundação ECO+
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