Um Passo simbólico no mundo
Nesta segunda-feira, 14, senti como se o mundo tivesse dado um passo simbólico — mas poderoso — em direção ao futuro. Pela primeira vez desde o início da corrida espacial, uma cápsula com tripulação composta exclusivamente por mulheres deixou a Terra rumo ao espaço. A missão NS-31 da Blue Origin, com a jornalista Lauren Sánchez a bordo, ao lado de nomes como Katy Perry, Amanda Nguyen e Aisha Bowe, durou apenas 11 minutos. Mas o tempo foi suficiente para gravar esse feito na história.
Mais de seis décadas se passaram desde que Valentina Tereshkova, em 1963, se tornou a primeira mulher a ir ao espaço — e até hoje a única a fazer isso sozinha. A bordo da nave Vostok 6, orbitou a Terra por quase três dias, completando 48 voltas ao redor do planeta. Uma façanha que parecia isolada, solitária, mas abriu caminho para todas nós. Agora, em 2025, o que vemos é a força coletiva. Um grupo de mulheres que subiu junto, mostrando que a jornada feminina não precisa mais ser solitária.
Lá do alto, sem gravidade e sem ruído, Lauren Sánchez expressou em palavras aquilo que tantas de nós sentimos mesmo com os pés no chão:
“Lá de cima, tudo é silêncio. Não há fronteiras, não há divisões — apenas um planeta azul brilhante que todos compartilhamos. É impossível não sentir que somos todos parte de algo maior, conectados por essa casa comum que é a Terra.”
Essa visão do planeta como um só, sem divisões, me remete diretamente ao que tenho visto acontecer no agro brasileiro. As fronteiras também estão caindo por aqui. E nós, mulheres, estamos ocupando novos espaços — com coragem, competência e, principalmente, juntas.
Encontro Nacional das Mulheres Cooperativistas
Em 2023, presenciei outro marco histórico. Mais de duas mil mulheres, ligadas a 300 cooperativas, se reuniram para o Encontro Nacional das Mulheres Cooperativistas (ENMCOOP). O evento aconteceu em alto-mar, a bordo de um transatlântico, como um símbolo perfeito da jornada que temos trilhado. Se o espaço nos inspirou pela imensidão, o mar nos conectou pela profundidade. Ali, ficou ainda mais claro que quando nos reunimos, algo muito maior se move.
Segundo a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), já somos mais de 1,2 milhão de mulheres em cooperativas agropecuárias no Brasil. Ocupamos cadeiras em conselhos, lideramos comitês, encabeçamos projetos de inovação e sustentabilidade. Estamos presentes — e fazendo a diferença.
Escrevo este artigo com a convicção de quem acompanha essa transformação de perto: o protagonismo feminino não é mais promessa, é realidade. E essa realidade não tem limites. Como escritora e como mulher, carrego comigo uma frase que traduz tudo o que vi e vivi: as mulheres são como as águas — elas crescem quando se encontram.
No campo, no mar e agora no espaço, seguimos avançando. O que antes parecia inalcançável, hoje é só mais uma etapa conquistada com sensibilidade, estratégia e união. Porque quando nos lançamos, não há atmosfera que nos contenha.
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