Olá, queridas leitoras,
Hoje gostaria de falar com vocês a respeito de algo que nos atinge de Norte a Sul do país: o acesso à educação de qualidade. Sabemos que os níveis de qualidade diferem de estado para estado, e das grandes cidades ao campo, num quadro de desigualdade nacional.
Ainda assim, o IBGE vem mostrando através de pesquisas censitárias uma tendência que tem se consolidado ao longo das décadas: as mulheres são maioria na conclusão dos níveis educacionais, desde a primeira idade aos cursos superiores.
Embora elas estejam cada vez mais preparadas e com escolaridade superior aos homens, a realidade nas cidades e no campo mostra que nem 30% chegam à chefia de empresas e propriedades rurais. A equidade de que já tratamos neste espaço segue sendo um tema sensível dentre outros na vida das mulheres brasileiras.
Os desafios impostos por uma cultura secular relegam a mulher a um papel secundário, porém atribulado com inúmeras responsabilidades, culminam na síndrome do degrau quebrado, que é o termo utilizado para descrever os obstáculos que impedem a ascensão das mulheres às posições de liderança.
Contudo, a criação de redes de apoio entre mulheres pode proporcionar um espaço para troca de experiências, mentoria e colaboração. A Comissão Semeadoras do Agro e outros grupos de mulheres de que participo estão juntas neste objetivo.
Não é à toa que temos apoiado e divulgado programas de capacitação e qualificação profissional, como os oferecidos pelo SENAR-SP e SEBRAE-SP, fundamentais para que as mulheres possam desenvolver habilidades para fortalecer e agregar valor ao seu negócio.
O acesso à educação de qualidade é um desafio onde a sociedade civil, bem como organismos públicos precisam andar juntos na busca por soluções e espaço para todos.
Nosso podcast ‘Semeadoras do Agro’ tem trazido depoimentos de mulheres que romperam barreiras estruturais através justamente da educação e de uma vontade imperiosa de superarem obstáculos e inspirarem novas gerações. Exemplos de perseverança e força que temos prazer em compartilhar com todas vocês.
É nesse sentido e com esse propósito que a Comissão das Semeadoras existe e tem celebrado o protagonismo feminino como agente de mudança e de melhoria de vida no campo.
Com carinho,
Juliana Farah, vice-presidente da Comissão Semeadoras do Agro da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp)