No agronegócio, as mulheres vêm ganhando cada vez mais espaço. A comissão Semeadoras do Agro é um exemplo vivo dessa transformação. Fundada pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP) em 8 de março de 2022, reúne 17 mulheres presidentes de Sindicatos Rurais do interior de São Paulo. A missão desse grupo é promover a participação feminina no setor agropecuário e fortalecer a atuação das mulheres no campo.
Entre as Semeadoras do Agro, encontramos Maria Luzia Silva Menezes, mais conhecida como Lu Menezes, presidente do Sindicato Rural de Buritizal. Natural de Goianésia, Goiás, Lu tem uma paixão especial pela dança e valoriza a autenticidade em sua vida. Casada com o agrônomo Luiz Frances, ela é mãe de uma médica que atualmente faz residência em Oncologia. Sua maior motivação vem do desejo de estar em harmonia com a vida, a família e os amigos.
Escolhas estratégicas e visão de futuro
Essa força feminina tomou uma decisão fundamental em sua propriedade rural: em vez de arrendar suas terras para uma usina, optou por se tornar fornecedora de cana-de-açúcar. Essa escolha não foi apenas uma questão de negócios, mas também uma demonstração de sua visão estratégica e compromisso com o desenvolvimento sustentável. Ela sempre buscou aprimorar suas habilidades e conhecimentos, participando ativamente dos cursos oferecidos pelo SENAR, mantendo-se aberta a novas ideias e inovações.
A participação de Maria Luzia nas Semeadoras do Agro é mais um passo em sua jornada de liderança. Ela se destaca como uma figura inspiradora para outras mulheres da região, mostrando que a capacitação e a determinação podem abrir portas para um futuro promissor no agronegócio.
A jornada no agronegócio e a importância da sucessão familiar
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Em entrevista, Lu Menezes compartilhou um pouco de sua trajetória no setor agropecuário. Nascida em uma família de agricultores, ela sempre esteve envolvida com a vida rural. “Meu pai era produtor rural, então meu meio de vida sempre foi a área rural. Acabei casando com um produtor rural e continuei nesse caminho”, relembra. A entrada de Maria Luzia no grupo Semeadoras do Agro aconteceu através de um convite da Dra. Juliana Farah, que lidera a comissão. “Foi uma surpresa muito feliz. Sempre admirei o trabalho da Dra. Juliana, e participar desse projeto é uma honra”, afirmou.
O projeto Semeadoras do Agro tem como objetivo dar voz e visibilidade às mulheres no campo, ajudando-as a se verem como proprietárias e gestoras ao lado de seus maridos. Maria Luzia destacou a importância dessa mudança de mentalidade. “Ainda é difícil para muitas mulheres se verem como donas também. O mundo do agro é muito masculino, e desde que nasci, vi meu pai, que teve cinco filhas, nos incentivar a estudar e seguir uma profissão na cidade. Hoje, essa realidade está mudando, e as mulheres estão assumindo papéis cada vez mais importantes no setor rural.”
O papel crescente das mulheres no campo
A transformação no papel das mulheres no agronegócio é visível. Maria Luzia observa que, antigamente, a participação das mulheres no campo se limitava às tarefas domésticas, enquanto os homens eram responsáveis pela parte operacional. Hoje, as mulheres estão cada vez mais envolvidas na gestão, assumindo funções estratégicas e administrativas. “As mulheres não precisam mais ficar apenas na parte operacional. Elas estão na parte administrativa, na estratégia de negócios. Essa mudança é fundamental para o crescimento do agronegócio”, afirma.
Para finalizar, Lu Menezes destacou a importância da sucessão familiar no campo. “A sucessão familiar é crucial. Muitos jovens escolhem seguir outras profissões, mas em algum momento, a responsabilidade pela propriedade rural pode recair sobre eles. É importante que aprendam a lidar com isso e estejam preparados para assumir a gestão da fazenda, sem abandonar suas carreiras”, concluiu.
O exemplo de Maria Luzia Silva Menezes inspira outras mulheres a se envolverem no agronegócio, mostrando que a combinação de conhecimento, estratégia e liderança pode transformar realidades e fortalecer o setor agropecuário no Brasil.
