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Silvia Massruhá: Uma Trajetória fascinante

Como pesquisadora da Embrapa, começou a ver como a TI poderia ser aplicada na produção de alimentos básicos como arroz e feijão.

Silvia Massruhá: Uma Trajetória fascinante

Na última edição do GAFFFF, o programa A protagonista destacou a liderança feminina de Silvia Massruhá, presidente da Embrapa

Silvia Massruhá, carrega no seu coração a influência do pai, filho de produtor rural, que sempre valorizou a capacitação de quem trabalha no campo. Com esse incentivo, Silvia deixou sua cidade natal para estudar computação em Campinas, em uma época em que essa área estava apenas começando a se desenvolver no Brasil.

Durante um estágio no Centro Renato Archer, que colaborava com a Embrapa e o Banco do Brasil, a jovem teve seu primeiro contato com a aplicação da computação na agricultura. Esse encontro foi decisivo para sua carreira. “Foi aí que percebi como a computação poderia fazer a diferença na agricultura”, lembra Silvia.

Integração da Tecnologia com a Agricultura

Na Embrapa, começou a ver como a tecnologia da informação poderia ser aplicada na produção de alimentos básicos como arroz e feijão. Esse insight despertou uma paixão e a levou a integrar esses dois mundos. “Fiz mestrado e doutorado na Embrapa, e minha carreira se desenvolveu como pesquisadora nessa área”, conta. Apesar do ceticismo inicial sobre a importância da computação para a agricultura, trabalhou arduamente para demonstrar seu valor, superando barreiras e mostrando que a tecnologia poderia transformar o setor agropecuário.

Desafios e Inovações na Carreira

“Este ano completo 35 anos na Embrapa, dos quais 15 foram na gestão. Fui chefe de pesquisa na Embrapa Informática Agropecuária (hoje Embrapa Agricultura Digital) de 2009 a 2015 e depois chefe geral até 2022. Sempre tive uma inquietação sobre a inclusão digital para pequenos e médios produtores. Em 2022, aprovei um projeto para inclusão digital em 10 pilotos no Brasil, abrangendo diferentes cadeias produtivas e discutindo os desafios da conectividade e capacitação”, conta.

A presidente e pesquisadora da avalia o uso de tecnologia. “Embora hoje tenhamos drones, estações agrometeorológicas e colheitadeiras com sensores, os pequenos e médios produtores ainda enfrentam dificuldades para entender como a tecnologia pode agregar valor”, refletiu. 

Em 2023, Silvia foi convidada para assumir a presidência nacional da Embrapa, o que é uma grande honra e responsabilidade para mim.

Desafios de Gênero no Agronegócio

“Ao longo da minha carreira, enfrentei muitos desafios de gênero tanto na computação quanto na agropecuária, áreas predominantemente masculinas”, disse. 

Também relatou que, no início, não havia muitas mulheres nessas áreas, mas que sempre foquei no trabalho e na importância da capacitação. “Meu doutorado foi na área de inteligência artificial, e na época, muitos achavam que essa tecnologia demoraria para chegar à agricultura. Hoje, vemos sua importância sendo amplamente reconhecida”, completou.

A Visão Feminina na Agricultura

Para a presidente da Embrapa, a presença das mulheres no agronegócio está crescendo e é crucial. “Elas trazem uma visão mais social e ambiental, complementando a perspectiva econômica tradicionalmente focada pelos homens. Essa diversidade é fundamental para o desenvolvimento sustentável do setor. A inclusão das mulheres traz novas ideias e práticas que são benéficas tanto no campo quanto na ciência e no mundo corporativo”, afirmou.

Capacitação e Meritocracia

Segundo Silvia, a capacitação contínua é essencial. “Sempre me preocupei em me qualificar, seja na pesquisa ou na gestão. A meritocracia é importante e as mulheres estão ganhando espaço por suas competências. Elas têm contribuído significativamente para o setor e essa diversidade enriquece os negócios e as práticas agrícolas”, reforçou.

Ela ressalta também que as mulheres são transparentes e têm um olhar mais social e ambiental, essenciais para a nova visão de agricultura regenerativa. “Estamos discutindo práticas sustentáveis, como a integração lavoura-pecuária-floresta e o uso de bioinsumos, visando uma agricultura mais sustentável e sistêmica”.